segunda-feira, 8 de setembro de 2014

Queria asas

Queria asas para voar, só que hoje tenho pernas...
Que me levam onde posso chegar, nem sempre onde quero...
Mas aí eu pulo, subo, dou um jeito...
O importante é prosseguir como se dá, como se rola, como se pode...
Deixar simplesmente pra lá pode ser um erro, mas às vezes uma saída...
Saída pra se ter paz, pra se ter tempo...
Tempo de vida, tempo de tempos, tempo de nada... Talvez só tempo de respirar...
Pare... Respire... Sinta o ar entrar..  Solte... Sinta o ar sair... Deixa a vida entrar... Deixa a vida sorrir...
Dali eu vejo a vida acontecer do menino que corre atrás da bola, da moça que espera o ônibus, do menino que se explica pra namorada, da mãe que ameaça a contar ao pai a arte do menino, a água da mangueira que guarda em segredo a fofoca da vizinha...
Daqui eu sinto as asas que muitas vezes me falta... Mas eu permito que as ideias voem com a maior facilidade...
Porque nem sempre as pernas são velozes como devem, mas as vezes só precisam balançar conforme a música que toca suave... Só dependendo da forma que eu quero ouvir...
Dali eu vejo o dia preguiçosos indo e se divertindo da vida da gente...
Daqui eu me divirto vendo o dia ir pra noite chegar...
Daí a noite chega com o aconchego do lar e de todas as boas esperanças que este nome me dá e aí não preciso de asas, não preciso de pernas, não preciso de tempo, não preciso de segredo, não preciso de nada... Nada além de chegar...
Aí o chegar se torna a essência do estar e o ponto final do início do sorrir!

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